quarta-feira, 1 de agosto de 2012

MEDIOCRIDADE ATRAI MEDIOCRIDADE: um artigo de Jorge Marques.


por Jorge Marques (Este texto representa apenas o ponto de vista do autor, não da PASC, nem das associações que a compõem).

 


Ciclicamente vem à baila a remuneração dos gestores quando comparada com o Presidente da República ou com o Primeiro-Ministro. Agora é o aparecimento de um novo estatuto para os gestores das empresas públicas que vem reforçar esta comparação.

Lembramo-nos todos da polémica à volta de Paulo Macedo quando era Director Geral das Contribuições e Impostos, quando tudo começou com várias reclamações dos pequenos invejosos, nomeadamente dos sindicatos afectos e quando tudo acabou em reconhecimento pelo seu trabalho, nomeadamente desses mesmos sindicatos. O salário de Paulo Macedo acabou por ser uma ninharia quando comparado com os resultados obtidos e com a qualidade de gestão, motivação e mobilização que imprimiu aos seus serviços.

Nada mais falso do que comparar os salários do Presidente da República e do Primeiro Ministro com o dos gestores, desde logo pela comparação quanto às responsabilidades básicas. A situação actual do nosso país é bem o exemplo disso, uma sucessão de erros verdadeiramente criminosa, conduziu o país à situação que todos conhecemos. Consequências para os principais responsáveis, Presidente da República e Primeiro Ministro? Nada… fala-se de uma responsabilidade política, que na realidade corresponde a nada!

Nada disto seria possível numa empresa, mesmo pública, porque em  primeiro lugar os seus gestores seriam demitidos e em segundo lugar teriam responsabilidades criminais e poderiam ser presos.

Não se compare, por isso, irresponsabilidade com responsabilidade!

Os gestores são avaliados pelos objectivos com que se comprometem, há inclusivamente contratos de gestão que regulam isso mesmo.

O Presidente da República e Primeiro Ministro apresentam demagogia, falsas promessas de que se esquecem no dia imediato à sua eleição, fazendo exactamente o contrário daquilo que se comprometeram.

E isto será comparável?

O problema é outro, aquilo que deveria ser um critério de exigência na escolha desses gestores, não passa de uma distribuição de favores de cariz partidário, mesmo que no meio de tudo isso apareça alguma gente boa e competente.

Essas limitações que se querem e vão impor, na comparação com o Presidente da República e Primeiro Ministro, nada mais são do que uma maior abertura a uma maior incompetência, uma forma de se escolher ainda mais por baixo e num leque ainda maior de protegidos dos partidos. Mas esse é um património que é nosso e não do Governo, nem dos Partidos, e tal não deveria ser permitido.

Comparar as remunerações dos Presidente da República e Primeiro Ministro com a dos gestores é dizer que, face à actual situação do país, os primeiros ganham exageradamente em função dos resultados que conseguiram, isto no mínimo!

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