sexta-feira, 6 de julho de 2012

O CASO RELVAS: um artigo de Jorge Marques.


por Jorge Marques (Este texto representa apenas o ponto de vista do autor, não da PASC, nem das associações que a compõem).

 

 

Continuamos a discutir os grandes problemas do país como se discutíssemos a clubite futebolística, o estar contra ou a favor depende do partido que apoiamos.

Receio que este caso Relvas, por essas razões, acabe por penalizar aquilo que é um bom princípio e aquilo que faz todo o sentido.

É um bom princípio que a experiência profissional seja uma fonte de créditos para a atribuição de graus académicos. Isso significa que se assume que a profissão e a vida são e devem ser escolas permanentes, que as pessoas devem aprender ao longo da vida. É uma prática que levou tempo a ser conseguida e que está em uso por toda a Europa.

E porquê a necessidade desta relação entre experiência e grau académico? Porque infelizmente as sociedades acabaram por valorizar mais o estatuto académico, os títulos, do que o trabalho. Ter ou não ter grau académico acabou por se transformas numa forma de descriminação social, económica e como se vê também política. Este é que é o mal maior!

Mais grave ainda é a situação inversa, quando acabamos por ter indivíduos com os títulos de Doutorados e que não sabem do que estão a falar, que nunca tiveram qualquer experiência na matéria, alguns que nas áreas do conhecimento empresarial, nunca sequer entraram numa empresa. A exigência deve-se colocar aqui, só se deveria atribuir o grau académico de Doutor a quem tivesse um tempo mínimo de experiência na área em que ensina. Este é que seria o equilíbrio justo!

Mas isto não acontece assim porquê? Porque como se vê, os governos estão repletos de gente com títulos, gente que ao longo dos anos trouxe o país até esta lamentável situação e que quer preservar esse seu território.

Não se confunda pois o que são desvios de comportamento e de mau uso, com aquilo que são os bons princípios.

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